Entrevista da semana com o Neurocirurgião

Dr. Fabrício Zacarias – Neurocirurgião

Entrevista:

Primeiramente fale sobre a sua especialidade e o que ela trata
– Tenho 20 anos de formado em medicina e 15 anos de Neurocirurgia. A Neurocirurgia é a especialidade médica, que se dedica ao diagnóstico e tratamento cirúrgico de doenças do sistema nervoso central (encéfalo e medula), e do sistema nervoso periférico (nervos dos braços e pernas por exemplo), além dos problemas da coluna vertebral.

Nem sempre há necessidade de cirurgias, mas mesmo assim o acompanhamento e tratamento desses casos são feitos pelo Neurocirurgião. Atualmente meu maior volume de pacientes (cirúrgicos ou não) é daqueles com doenças da coluna, como hérnias de disco, artroses, tumores, fraturas, por exemplo.

– Em quê a sua especialidade contribui neste momento de pandemia?
Como eu trato muito de pacientes com problemas de coluna, eu sempre os estimulo a realizar atividade física. E neste momento em que a maioria das pessoas sai pouco de casa, o sedentarismo e sobrepeso tendem a aumentar (dois grandes inimigos da coluna vertebral).

Então oriento ainda mais a prática de exercícios, alongamentos, de preferência com o auxílio de um profissional da área de educação física ou um fisioterapeuta. Além dos diversos benefícios para o corpo como prevenção de doenças, a atividade física regular também ajuda a manter o bem estar emocional nesta difícil fase que o mundo todo está passando.

– Como está a sua rotina de trabalho?
No início da pandemia fomos orientados pelas sociedades médicas e Conselho Regional de Medicina a suspender os atendimentos e cirurgias eletivas (programadas).

Atualmente, após liberação para consultas, estou atendendo no meu consultório com algumas mudanças.

– O que o seu consultório precisou alterar para proporcionar um melhor atendimento para os seus pacientes?
 Neste período de pandemia aumentamos o tempo entre os horários das consultas, isto para manter, na recepção, uma quantidade correta de pacientes; além disso deixamos janelas e portas abertas.

Tanto a secretária como eu trabalhamos de máscaras e disponibilizamos álcool em gel para uso de todos. Pessoas acima de 60 anos são orientadas a tentar aguardar esse período passar, mas se não for possível, marcamos a consulta em horário com ainda menos pacientes.

– Como ficou o atendimento e o tratamento dos seus pacientes neste período de quarentena?
Além das medidas já mencionadas, também implantei uma plataforma para atendimento on line, em casos que os pacientes precisam de alguma orientação, mas preferem não sair de casa. Já temos também certificação digital para receitas e atestados.

Os pacientes que têm indicação de intervenção cirúrgica eletiva, no momento não podem ser tratados, pois essas cirurgias ainda não foram liberadas em muitos hospitais; isto com o objetivo de reduzir o risco de contágio e guardar leitos de internação para os casos de Covid-19.

Apenas as cirurgias de emergência podem acontecer. Com isso o volume de cirurgias reduziu bastante. Muitos pacientes estão precisando, mas concordo que ainda não é o momento da retomada dessas cirurgias.

– Em sua opinião, o que jamais voltará ao normal?
Toda crise, por pior que seja, sempre traz alguma coisa positiva e ajuda a acelerar mudanças que talvez voluntariamente levaríamos anos para aceitar e progredir.

Hábitos que ainda estavam se iniciando, de forma bem lenta, até embrionária, como por exemplo a telemedicina ou consulta on line, o home office, aulas à distância, hoje são realidade e cada vez mais pessoas estão aderindo, a maioria por falta de opção sim, mas com certeza percebendo os benefícios que essas atividades praticadas desta maneira trazem para sua rotina. Mesmo após essa pandemia passar, tenderemos a manter hábitos que estamos tendo agora.

– Sempre finalizo pedindo ao meu entrevistado que deixe palavras de otimismo e/ou de esperança para os meus leitores. O que você tem a dizer sobre tudo que está acontecendo?
Realmente estamos enfrentando um período muito ruim, mas temos que compreender que mais cedo ou mais tarde vai passar. Pesquisas de medicações e vacinas estão acontecendo, e evoluindo com bons resultados. O corona vírus vai ser vencido.

Mas vamos pensar no que nós podemos fazer para passar por isso da melhor forma. Vamos aproveitar a mudança de rotina e buscar algo novo para realizar, tentar aprimorar e colocar em prática aquele projeto que estava engavetado por falta de tempo, praticar leitura de coisas boas, atividade física regular (mesmo que seja em casa), aprender uma coisa nova, fazer um curso on line.

Enfim, já que precisamos esperar que essa pandemia passe, façamos do nosso novo dia a dia uma ponte para evoluirmos e sairmos dela melhores do que entramos.

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Sobre Vânia Carvalho

 ​ Campista, Comunicadora e mãe de Bianca e Bruno. Como comunicadora social com habilitação em Relações Públicas, atuando como colunista do Jornal Folha da Manhã

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