​Entrevista com uma professora e pedagoga – Beatriz Tinoco Murad

Sobre a formação profissional:

Sem dúvida sabia que seria professora. Sou formada em Pedagogia com especializações em Educação através da Arte, Pedagogia Empresarial e Educação à Distância.

No estágio da faculdade de pedagogia tive contato com a educação através da arte, me encantei e me conscientizei do imenso poder transformador da arte.

O caminho natural foi voltar para Campos e aqui, na década de 80, idealizei e realizei o Centro de Atividades Espaço Verde, um centro de atividades de educação através da arte para crianças de 1 a 5 anos (ele funcionou em uma chácara onde hoje é o CDT, em frente ao Palácio da Cultura).

Sobre a sua pós graduação:

Com a pós graduação em Pedagogia Empresarial, trabalhei muitos anos em empresas no setor de RH com treinamento, desenvolvimento, recrutamento e seleção de pessoal (Beneficência Portuguesa do Rio de Janeiro, Hotéis Oton, Unimed Petrópolis).

Mas formar professores, ou melhor, formar alunos em professores críticos, pensantes e atuantes na área, me fez “voltar” para a vida acadêmica com aulas presenciais (Universidade Gama Filho, UNIFOA em Volta Redonda, Centro Educacional de Niterói) e à distância (E-Proinfo pela PUC Rio, Senac Rio, Cederj, Universidade Veiga de Almeida, UENF).

Paralelamente a minha formação acadêmica e profissional experimentei a arte com olhos e sentidos de aprendiz iniciante,  até que em  2017 me reencontrei com a colagem analógica e ela hoje é a minha forma de expressão artística.

E, desde então, venho me profissionalizando nessa arte em cursos de formação e/ou especialização com colagistas renomados do Brasil  e da Argentina

Então, em abril de 2022 vou participar com 2 obras de colagem analógica – Metamorfose e A mulher e as flores – da exposição coletiva no Salão Internacional de Arte Contemporânea no Carroussel du Louvre, no Museu do Louvre. Imagina como está meu coração?!

Rotina: entrevista com uma professora e pedagoga:

Então, minha rotina é simples, gostosa e produtiva. Como trabalho em casa e essencialmente sentada, minha atenção é redobrada aos horários de pausa entre as aulas e/ou a pesquisa de imagens para as colagens. Durmo tarde porque gosto do silêncio da madrugada, onde sou mais produtiva. Mas ao lembrar dos treinos matinais com minha personal, busco o sono rapidamente!

Por mais disciplinada que eu tente ser, o processo criativo muitas vezes chega sem avisar… Tento planejar minhas atividades para de manhã atender aos alunos e treinar na academia (super importante já que passo muitas horas sentada); de tarde criar minhas colagens, novos produtos, atualizar a comercialização das minhas obras e das minhas redes sociais (@beatrizmurad).

Além disso, a noite novamente volto a atenção aos alunos; muitos deles trabalham o dia todo e à noite é a hora em que mais conversamos e interagimos. E também é a hora das minhas leituras.

Bem como faço parte de 2 grupos de colagem e nos reunimos quinzenalmente on line – o Ateliê de Colagem da Sofia Lemos e o Grupo Semente Postal (arte da colagem em cartão postal).

Quem é Beatriz Murad?

Duas músicas me definem: Eu caçador de mim – Milton Nascimento – porque estou sempre em busca do autoconhecimento e Exagerado – Cazuza – porque abuso das emoções, das cores, dos sons e das imagens seja nas colagens, nos textos ou na atenção com as pessoas.

E sou colagista. Desde quando? Não sei; talvez desde sempre ou desde quando brincava com meus avós de “colar papel” em qualquer superfície para ficar bonita.

Com olhar apurado, hoje componho cenas para criar emoções e, assim, tocar vidas; e também deixar que se toquem pelas minhas colagens. Minhas? Não, não mais só minhas, elas são do mundo!

Quase ninguém acredita, mas sou bem tímida, ao mesmo tempo em que adoro uma sala de aula repleta de alunos! Acredito na força do trabalho feito em grupo, que a educação transforma vidas, acredito na boa fé das pessoas, no poder feminino, nos anjos e no poder da oração. Minha família é a minha base e meus amigos são minha extensão.

Bate-bola:

– Não concorda com: mentiras.
– Um nome marcante: Paulo Freire
– Que defeito é mais fácil de perdoar: aquele em que a gente conta “não até 7 vezes, mas até 70 x 7” (Mt 18:21-22)
– O que admira nos amigos: cumplicidade
– Apelido carinhoso: Bia
– Tem vergonha de: na verdade é uma vergonha alheia: debate político
– Se pudesse voltar no tempo o que faria diferente: com toda a certeza teria cursado também a Faculdade de Belas Artes
– O que te faz parar: criança sorrindo

Seu lema é…

“A educação transforma o homem que transforma o mundo”
– Qual a sua ideia de felicidade: “tomar o mundo feito coca-cola”
– Família é: meu porto seguro
– Defina-se em uma palavra: gratidão
– Gasta muito com: livros e papéis para colagem
– Não falta na sua bolsa: material de leitura (livro, revista)
– Estilo de vida: despojado
– Decepcionante: a política feita por alguns “políticos”
– Atividade favorita: fazer colagem analógica!
– Religião: católica
– Deus: a base de tudo
Por fim, deixe uma mensagem: “… a busca da perfeição é uma nociva perda de tempo, pois nada jamais estará imune a críticas. Então, faça o seu melhor para você mesma.” Elizabeth Gilbert (Do livro A grande magia – vida criativa sem medo)

Então, o que acharam da entrevista com a professora e pedagoga Beatriz Murad?