Testosterona

O hormônio de hoje é a testosterona, principal hormônio masculino, mas também presente em níveis 30 vezes menores nas mulheres.

A redução da produção hormonal masculina também ocorre com o envelhecimento. Porém, ao contrario das mulheres, esta redução é lenta e gradativa. Ainda assim, a queda nos níveis de testosterona causa desconforto e afeta a qualidade de vida, pois gera sensação de fadiga persistente, redução da força física e da libido.

Praticamente todos os homens ao longo da vida terão o declínio de testosterona; o que varia individualmente é a intensidade e presença de sintomas. Após os 60 anos a produção de testosterona é baixa o suficiente para que quase 30% dos homens já apresentem algum sintoma. Aos 70 anos, de acordo com o Ministério da Saúde, mais da metade dos homens sofre com a deficiência, e, aos 80, mais de 50% voltam a ter níveis de testosterona semelhantes aos de meninos antes da puberdade.

A reposição hormonal é recomendada aos homens que apresentam os sintomas indicados e tenham redução comprovada nos níveis de testosterona (o que não pode ser feito somente com uma dosagem hormonal). Também considera-se como indicação pacientes com deficit no hormônio e com fatores de risco para doenças cardiovasculares e ósseas (como histórico familiar de osteoporose). Por outro lado, ela é contra-indicada em casos de câncer e de doenças crônicas de fígado, rim ou diabetes.

Para que o tratamento seja iniciado, deve ser feita avaliação hormonal e urológica. O acompanhamento regular com o endocrinologista e urologista é imprescindível.

E a reposição de testosterona na mulher?

O uso de testosterona por mulheres em busca de redução na gordura corporal, ganho e fortalecimento muscular, redução de celulite e aumento da libido tem sido crescente. Nestes casos o uso é totalmente condenado, uma vez que são inúmeros e intensos os efeitos colaterais. A lista destes efeitos vai desde aparecimento de acne, crescimento do clitóris, crescimento do pomo de Adão (gogó), aumento e espessamento de pelos, engrossamento da voz (costuma ser irreversível), queda de cabelo e retenção de líquidos até alterações no comportamento, com aumento da agressividade.

Em casos mais graves pode haver aumento no número de glóbulos vermelhos e de fatores de coagulação do sangue, aumentando o risco de trombose, hepatite, aparecimento de cistos e tumores malignos no fígado.

Infelizmente algumas pacientes acreditam que o uso de doses menores, com as chamadas “formulações bioidenticas” ou em períodos mais curtos não traz problemas, mas os riscos são os mesmos e só aumentam com o tempo de uso, continuo ou em intervalos. Hoje, no Brasil, nenhuma formulação contendo testosterona é aprovada pela Anvisa para uso com fins estéticos. Também não há, a priori, fora da menopausa, indicação de investigar deficiência de testosterona em mulheres.
Para quem usa, quanto antes parar, melhor. Importante destacar que a testosterona não causa dependência química, e é possível interromper seu uso com orientação do Endocrinologista.

Por outro lado, em algumas mulheres na menopausa, bem pesados os riscos e benefícios, e em doses adequadas, com correta monitorização, a testosterona já tem sido empregada para restabelecer a libido e combater a perda de massa muscular. Ela também pode ser usada no combate a endometriose.

Na semana que vem os hormônios serão os da tireóide.
Matéria escrita pela médica endocrinologista Patrícia Peixoto

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Sobre Vânia Carvalho

 ​ Campista, Comunicadora e mãe de Bianca e Bruno. Como comunicadora social com habilitação em Relações Públicas, atuando como colunista do Jornal Folha da Manhã

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